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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Deus é capaz de se esquecer?



" Em Êxodo 2.24, lemos que Deus lembrou-se da Sua aliança. logo, Deus se esquece?".

  É muito comum ouvirmos crentes, em momentos de lutas e adversidades comentarem: " Deus se esqueceu de mim, por isso estou nesta prova". É falta de fundamentação bíblico-teologica que leva a crentes afirmarem isso. O evangelho segundo a conveniência, à moda da teologia da prosperidade, e o descaso com o estudo da palavra de Deus têm produzido enfermidades espirituais no povo cristão.

  O texto bíblico, referência para este artigo, retrata um momento que israel estava passando no egito, com a morte de josé e o surgimento de um novo rei que não o conhecia ( Êx. 1.8). A subida desse novo rei ao trono desencadeou um processo de perseguição a ponto de o povo clamar a Deus por misericórdia. dentro desse contexto, entra o versículo chave "lembrou-se Deus da sua aliança com Abraão, com Isaque e com Jacó". A partir daí , surge o questionamento: "Será que Deus esquece as coisas?".

  Na verdade, o que há nesse e em outros textos é antropomorfismos e antropopatismos.

  Antropomorfismo é um termo que vem das palavras " anthropos" (homem) e "morphe" (forma). portanto, um antropomorfismo no que diz respeito a Deus, é quando Deus aparece ou se manifesta para nós em forma humana ou mesmo em caracteristicas humanas atribuidas a Ele mesmo. Vemos isso por toda Bíblia. Apesar de tudo, não podemos ascender onde Deus está, mas Ele pode descender até onde estamos.

  Já os termos antropopatismo ou antropopatia são provenientes de duas palavras gregas: "anthropos" (homem) e " pathos" (afeto ou paixão). Antropopatismo é atribuir a Deus sentimentos ou paixões humanas. Exemplo: Deus se arrependeu, Deus se lembrou. Ora, como a propria Bíblia diz, Deus não é homem para se arrepender e se esquecer. Quanto á forma humana, Deus é Espirito, e pode usar a forma humana apenas para aproximar o homem do Seu entendimento.

  Outrossim, para compreendermos melhor o processo da lembrança de Deus no versículo referenciado, é interessante resgatarmos um dos atributos de Deus que é a onisciência, palavra esta que vem do latim "ominis" (toda) e "scire" (saber). Isto é, onisciência é qualidade da natureza de Deus que dá a Ele a condição de saber todas as coisas possiveis, todas as coisas reais, conhecer todos os eventos, todas as criaturas, no que tange ao passado, ao presente e ao futuro. A biblia diz que Deuz conhece perfeitamente todos os pormenores da vida dos seres que há no Céu, na Terra e no Inferno.

   Na lingua hebraica, o verbo lembrar é "zakar", e é um dos verbos mais importantes no antigo testamento. Moisés, no propósito de formar a identidade do povo de Deus, ultilizava-o com frequência (Êx 13.3; Nm 15.39-40; Dt 6.5-9). Há outrs passagens Bíblicas que retrtatam a lembrança de Deus ( Gn 8.1; 19.29; 30.22). Ele sabe todas as coisas (1 Jo 3.20).
 
  Assim sendo, podemos afirmar que Deus nunca esquece, mas, sim, ultiliza de Sua soberania para deteminar e agir dentro de Sua vontade.

  Ele permite que no seu sil~encio o homem possa refletir nas suas ações e atitudes. Foi um silêncio providencial de Deus o que se viu no Egito.

  No versículo referenciado, podemos ver o trabalhar de Deus no meio de seu povo. A promessa estava de pé, mas Moisés precisava ainda estar bem preparado, e isso levou quarenta anos no deserto.

  O povo de israel no Egito precisava ver e reconhecer em Deus a possibilidade de libertação e salvação para eles. Hoje, não é diferente: quando Deus se cala em nossa vida, é o tempo dEle para nos amoar, cuidar e ensinar a depender só dEle.


Wagner Escatamburgo.

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