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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Bálsamo de Gileade

 




Gileade, uma região pedregosa, de território montanhoso, ao oriente do Jordão. Um terreno acidentado, rico em florestas, pastagens e goma aromática. A capital meridional de Gileade, ainda hoje existe com o nome de Mukmah. Ao norte, havia o lugar Jabes Gileade que hoje se chama Wadi Yabir. Atualmente, Gileade, compreende a parte Noroeste do Reino da Jordânia. A cidade, era ocupada pelas tribos de Gade, Rúben e meia tribo de Manassés (Dt 34.1 - Js 22.9 - Jz 20.1). A palavra Gileade, no hebraico ( Gil'ad), significa região montanhosa.

"Então subiu Moisés das campinas de Moabe ao monte Nebo, ao cume de Pisga, que está em frente a Jericó e o Senhor mostrou-lhe toda a terra desde Gileade até Dã:" Dt 34:1

O Bálsamo: As caravanas, concorriam a Gileade. Ricos comerciantes e enviados de reis e rainhas. Pessoas comuns, em busca do milagroso bálsamo, de poderes medicinais. A mercadoria, não era barata, com sacrifício, podiam adquiri-la. As mulheres, principalmente do Egito, cobiçavam o precioso liquído que perfumava a pele e os cabelos. O bálsamo, de Gileade, era especiaria de luxo, presente valioso.

"Depois, assentaram-se a comer pão; levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que vinha uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-lo ao Egito" Gn 37:25.

Planta cistus creticus: Este, é o nome cientifico, da planta que é associada ao bálsamo de Gileade. Ela é comum na região oriente do Jordão. As folhagens, são muito perfumadas e algumas espécies, exalam goma ou resina. Esta planta, é idêntica ao laden árabe. Daí, os nomes, em inglês e em latim Ladanum. Um oléo essencial, da cor de ouro, com cheiro penetrante de âmbar cinzento. Muito utilizado em incensos e embalsamentos desde a antiguidade. Atualmente, é valioso ingrediente de perfumaria, usado em incensos, principalmente nas igrejas orientais.


Cistus Creticus

A Apostasia em Israel e o Bálsamo de Gileade

" Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médico? Por que, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo?" Jr 8:22

A região de Gileade, enriquecia. Dinheiro e caras mercadorias circulando. Um rico comércio. O povo, contudo, empobrecia espiritualmente. Utilizavam o bálsamo de Gilede para fabricar incenso, ofertavam-no em rituais pagãos. A nação, não buscava Deus. Preferia dar ouvidos aos falsos profetas que anunciavam paz, quando o tempo era de guerra. Se prostavam diante dos deuses esculpidos que emudecidos, consentiam com o pecado.

Israel, rejeitava a correção. Não buscava cura, porque não se reconhecia doente. Deus, estava perto da nação. Ela, distante de Deus: " Eis a voz do clamor da filha do meu povo de terra mui remota; não está O senhor em Sião? Não está nela o seu Rei? Por que me provocam a ira com suas imagens de escultura, com vaidades estranhas? Jr 8:19. Jeremias, usa então, uma metáfora, apontando para Gileade, seu bálsamo, seus médicos. Israel, precisava ir a Gileade. Ela iria?

O bálsamo, é a alma da planta. É vida. A planta sofre para minar o precioso líquido. Algumas vezes, é raspada, quebrada e até morta. Ela se doa, para que outros tenham vida. Foi assim com Cristo Jesus. Em muitos estudos, Ele é considerado O Bálsamo de Gileade. Entregou sua vida, derramou seu sangue, em favor de muitos. Através d'Ele, temos a cura, do corpo e do espírito. Is 53:4,5.

Havia cura para Israel. Mesmo tendo sido tão rebelde. Sempre haverá cura para os que se voltam a Gileade. A salvação, estava bem ali. Na própria nação. Os Egípcios (que ironia), recorriam a Gileade. Chegavam a pagar o dobro do preço pela mercadoria. Israel, contudo, mesmo doente, desperdiçava o produto em vãs oferendas. A nação relutou em buscar a verdadeira cura. Até que chegou a fome, a peste, a guerra, morte e cativeiro. Para muitos, já não haveria cura. Escolheram assim. Não perceberam a riqueza de Gileade.

A Bíblia nos diz que em Cristo Jesus, "estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da riqueza" (Colossenses 2:3). Se estão escondidos, temos que procurá-los. Encontrá-los. Assim, seremos participantes dessa herança. Gileade, ficava em um terreno montanhoso, pedregoso, exigia esforço. Também sacrifício. Apenas com muito trabalho se conseguia pagar o valor cobrado pelo precioso liquido. Jesus, o Bálsamo de Gileade, já pagou o preço por nós. Temos apenas que reconhecê-Lo, segui-Lo. Então, seremos salvos.

Por que não ser Gileade? Por que não se doar para que outros tenham vida? As montanhas, de Gileade, abrigaram muitos exércitos Israelenses. Ali, se refugiaram Davi, Saul e o exército de Gideão. Apenas os valentes: "Quem for medroso e tímido, volte e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então, voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram" Jz 7:3.

Gileade, é lugar de valentes. De pessoas dispostas a vencerem. Pessoas que não se conformam com o mal. Que querem a cura da alma, do espírito. Por que não ser Gileade? A mulher, que ungiu Jesus em Betânia, foi Gileade. Ela derramou unguento, de grande valor, sobre o Mestre. Estava profetizando Sua morte, mas também sua ressureição. Era uma preparação para o túmulo, que ficaria vazio. Judas reclamou: " Quem ela pensa que é para agir assim? Deveria vender esse bálsamo e distribuir o dinheiro com os pobres"(Mateus 26:9). Mas Jesus, a elogiou. Ele se agrada dos que querem ser Gileade.

"Sobe a Gileade, e toma bálsamo, ó filha do Egito:debalde multiplicas remédios, pois, já não há cura para ti" Jr 46:11.

Os muitos remédios, que os Israelitas usavam, não foram capazes de promover cura. Porque não estavam buscando no lugar correto. Que a indagação do profeta Jeremias, soe para nós, como uma cobrança: "Por acaso, não há bálsamo em Gileade? Ou não há lá médicos?". Corramos para esse bálsamo. Sejamos também, como aquela mulher, elogiada por Jesus. Tenhamos sempre bálsamo conosco para ungir vidas a caminho da eternidade.

A cana trilhada e o pavio que fumega




Wilma Rejane


"A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega" Is 42:3

Através da simbologia da cana trilhada e do pavio que fumega, Deus revela Seu amor e misericórdia para com os caídos, machucados, carentes de uma nova vida.

À beira da estrada, nas trilhas de canaviais é o lugar onde se acumulam canas desprendidas dos pés, arrastadas pelos fortes ventos, fáceis de serem pisadas e descartadas em razão do estado de estrago. Não é bem o tipo de cana que agricultores usariam para obtenção de lucro ou mesmo preparo de alimento. Mas Deus diz: "essa cana me interessa, não a lançarei no lixo, assim mesmo, como está Eu me servirei dela, Meu poder restaurador é maior que a conspiração de morte."

Pavio fumegando nos fala de forças que se esvaem, de fogo que se apaga, de vidas que outrora foram repletas de sonhos, fé e esperança, mas que se perderam em algum lugar , chegando próximas de um fim. E Deus diz: " Não permitirei que encerre sua missão de iluminar, antes farei reviver a chama".

Essa mensagem nos convida a viver um novo tempo que ressurge pelas mãos Divinas do Pai, atento às "insignificantes" coisas da vida que sob um olhar humano nada valem a não ser para serem descartadas. Mas Deus em infinita misericórdia; das cinzas, do monturo, ergue o necessitado.

Levanta o pobre do pó, e do monturo levanta o necessitado. Para o fazer assentar com os príncipes, mesmo com os príncipes do seu povo. Salmos 113:7-8



Se hoje você se sente assim como "a cana trilhada e o pavio que fumega" o convido a entregar tudo a Deus em um gesto de fé e reconhecimento de incapacidade humana. Deus quer você, como está. Ele passeia entre os canaviais para ajuntar o que está em pedaços. Ele restaura as trilhas, desobstrui os caminhos para uma nova visão.

Lembre-se de Jó, em seu estado miserável: perdera família, saúde, amigos, enfim, uma "cana trilhada, pavio fumegando" experimentando as dores mais terríveis das adversidades, mas do fundo da alma, de um lugar onde Satanás não pode tocar, Jó arrancou forças para crer:

"Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus." Jó 19:25,26.

Reúna suas forças e arranque do fundo da alma a mesma confissão feita por Jó. Da mesma forma que a restauração chegou para Jó, chegará para você também. Deus se apraz em fazer o bem a um coração que clama e confia em Seu socorro.

Lembre-se ainda da prostituta Raabe, o testemunho dessa mulher aumenta minha fé, conforta meu coração a não se entregar a mágoas, angústias, rancor e tudo o mais que seja veneno para meus ossos. Raabe estava "na trilha do canavial". Uma vida sem sentido, dormindo e acordando para viver as mesmas coisas fúteis inerentes a quem faz do corpo comércio. Mas do fundo da alma, encontrou forças e pela fé entregou a vida e a família aos cuidados do Senhor.

"Pela fé Raabe, a meretiz,não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias"Hb 11.31

E o que dizer de Noemi? Amargurada por ver a morte ceifar as pessoas que mais amava, vazia, faminta e desprezada, parte em fuga de um lugar a outro, com esperança de nova vida. Noemi estava abalada "na trilha do canavial, pavio fumegando" mas ainda lhe restara a fé que confessava no íntimo da alma, no que Deus lhe foi fiel.

“Ele te será Recriador da alma...” Rt.  4:15

A palavra "recriador" vem de shub (strong 07725) que significa: “Voltar”, “ir de encontro ao ponto de partida, em sentido espiritual”; “arrepender-se”.  Deus mudou a direção da vida de Noemi, arrancou a dor, concedeu-lhe alegria. O Deus que ela servia não a desamparou em momento algum, apesar dos pesares.

Esse é o tempo da restauração para sua vida. Deus é esse Recriador da alma que sente prazer por nos socorrer, simplesmente porque nos ama. E ele ama, em todo o tempo, mesmo e principalmente quando achamos que não merecemos Seu amor.

Em Cristo

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

No Jardim da Esperança

 






Wilma Rejane

“ ...como o carvalho e a azinheira que depois de se desfolharem ainda ficam firmes...” Isaías 6:13.



Profeta Isaías era um admirador da natureza e se procurarmos com atenção, encontraremos diversas referências a ela em seus escritos. Ele descreve, em forma metafórica, o comportamento de árvores em comparação aos dos homens: salgueiro, videira, carvalho e azinheira são algumas das espécies que enumerei ao meditar nas profecias de Isaías; o homem que por três anos, andou seminu e descalço. Penso que esse estilo incomum de vida, por vezes o afastava da cidade, conduzindo-o a jardins e desertos, em reflexão de vida, oração e contemplação da natureza. Foi Isaías quem profetizou: “E o resto das árvores da sua floresta será tão pouco em número que um menino as contará” Is 10:19 o verso se refere a governos, mas também fica claro a revelação sobre o desmatamento florestal, fato que já ocorre em nossos dias e ganhará maiores e devastadoras proporções no futuro.


É verdade, a natureza diz muito sobre a vida. Quem sabe, Isaías, o homem nu, tenha encontrado conforto para si na linguagem das árvores, na forma como Deus sabiamente ministra através delas. Por isso, te convido a passearmos juntos nas plantações : Eu, você e Isaías. Vamos aprender com o carvalho e a azinheira?


A Azinheira:

É uma árvore tipicamente mediterrânea. Sua madeira é tão resistente que é difícil ser trabalhada, ainda assim, historiadores afirmam que foi dessa madeira que surgiram os primeiros inventos da roda . Marceneiros da Argélia preferem trabalhar com essa árvore, apesar de calejar mais as mãos, as obras têm mais durabilidade. Essa resistência toda encontrada na azinheira, vem de um componente chamado ácido tânico, ele que encorpa e endurece a madeira da azinheira. Mas não é só a madeira da planta que é de alta qualidade, suas folhas também são duráveis, vejam só o que encontrei sobre as folhas da azinheira:


"Os gregos antigos tinham a azinheira em alta, embora mais por razões simbólicas do que práticas. As folhas da árvore foram pensados ​​para ser infalível e foram usados ​​para predizer o futuro. Elas também foram usados ​​para coroas de honra para as pessoas de distinção. A bolota (fruto da azinheira) era visto como um sinal de fertilidade e joias usadas como pingentes e colares com bolotas  de imitação foi acreditado para aumentar as chances de ser fértil."

Ou, ou, vamos convidar os gregos a se retirarem desse nosso passeio, superstição até que rima com revelação, mas não tem nenhuma ligação! Ora vejam senhores gregos, Deus é o Ùnico: Onipotente, onipresente e Onisciente, o futuro a Ele pertence! E por favor, nada de fazer coroas de honra com folhas de azinheira, em pouco tempo a honra dos heróis gregos passará e a coroa ficará encostada em algum lugar. Lhes apresento, a coroa de glória que está posta sobre a cabeça do Rei dos Reis o que nunca há de passar. Guardem essa lição: “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada. ” Ap 14:14. Bem, se depois disso se comportarem melhor e não ficarem destruindo a copa das azinheiras, podem ficar conosco.

A azinheira, assim como o carvalho, cresce bastante e em qualquer tipo de solo, porém ela prefere o calor. Atualmente existem muitos países que cultivam a azinheira em suas florestas por ser ela de grande resistência ao fogo. Inglaterra e Portugal estão inseridos nesse contexto.


O Carvalho

Já fiz outros estudos sobre ele, e confesso: é uma árvore inspiradora, imponente! Carvalhos ficam mais fortes a cada tempestade. Os mais antigos, apresentam tronco bem grossos e disformes, é que por receberem mais embates (raios, chuva forte e etc) as raízes se aprofundam para dar maior sustentação , consequentemente a árvore fica maior e mais forte. Carvalhos carregam em si as marcas das lutas e das vitórias. As folhas do carvalho, não caem facilmente e costumam durar uma estação inteirinha grudadas nos galhos. Elas apresentam queda tardia e quando chega a primavera, lá estão elas ainda nas árvores, por isso diz-se que as folhas do carvalho são marcescente. É comum ver carvalhos e azinheiras em um mesmo ambiente. Como aqui em nosso passeio com Isaías, percebem?

  • Isaías? Lá está ele, reservado e contemplativo, parece em oração. Depois o indagaremos sobre isso, certamente ele terá coisas incríveis para nos dizer!


Aprendendo com o profeta Isaías: lições dos carvalhos e azinheiras


"Porém ainda a décima parte ficará nela, e tornará a ser pastada; e como o carvalho, e como a azinheira, que depois de se desfolharem, ainda ficam firmes, assim a santa semente será a firmeza dela." Isaías 6:13

Nosso passeio já estava chegando ao fim quando o profeta se aproxima de nós e em metáfora nos exorta a sermos firmes tal qual as árvores que observamos. Nos despedimos e voltei para casa com aquela frase grudada nos sentidos, tal qual as folhas do carvalho quando grudam em seus galhos e só despregam em outra estação. O que Deus estaria me dizendo?

Essas árvores se tornam mais fortes quando confrontadas com as adversidades, isso não é para elas uma tragédia, mas uma oportunidade de demonstrarem a força da superação que compõe suas essências. Despidas de suas folhas, essas árvores, são a representação da esperança e renascimento , elas não abandonam os galhos facilmente, mas aguardam nova estação para florescerem. Azinheiras, especialmente murcham e logo reverdecem, sequer dão chance a tristeza e a solidão. Elas sorriem mesmo em pedaços, porque sabem que a redenção está próxima. Não morrer, não desistir, não perder a fé, mesmo que o mundo lance “raios e fortes tempestades” em sua direção. Façamos como o carvalho, aprofundemos nossas raízes, firmando-nos em Cristo Jesus porque disso advém a fortaleza do cristão. Se o carvalho e a azinheira permanecem de pé quando já deveriam estar abatidas ao chão, é porque o segredo está na raiz. Lá estão, lá permanecerão como memorial de resistência e não apenas isso, de vitória.

Não há homem que esteja livre da opressão, contudo alguns se entregam e outros vencem. Os que se entregam, vivem eterna tragédia : O mundo gira e eles com o mundo sendo levados pelas tempestades. O mundo é um espiral que tenta nos “sugar” para o abismo da morte, em morte mesmo na vida. É uma floresta em que machados tinem com ânsia de devastação. Mas, se houverem carvalhos e azinheiras, nem abismo, nem devastação.

O cristão é cidadão de dois mundos: estrangeiro na terra , com estadia eterna no céu e nisso consiste nosso segredo, nas raízes: Rm 8:18 Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada. Vislumbramos o eterno vivendo o passageiro. Profeta Isaías, no verso sobre carvalho e azinheira, diz que a santa semente ficará firme, mesmo depois de ter sido sacudida, provada, ela será a firmeza da terra. A santa semente, são os filhos de Deus, os que permanecem confiando, mesmo quando tudo está sendo sacudido: as folhas caem, murcham, mas como espanto, permanecem firmes e prosperando.

Quero ser tal qual o carvalho e a azinheira porque em mim habita a certeza da salvação, do mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus, e Ele há de ressuscitar Suas promessas em mim. Disse Jó, do alto de sua miséria: "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus", Jó 19:25-26. Depois de todo sofrimento, lá estava Jó mais firme e próspero do que nunca: Jó carvalho e azinheira.

Deus os abençoe.

Superapóstolos


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Por João Rodrigo Weronka

Em minha caminhada cristã, me impressiono ao ver como alguns irmãos exageram numa inocência forçada quando se fala a respeito dos problemas presentes na comunidade cristã. Fato é que efetivamente existem problemas – e muitos – neste ambiente. Ao longo do tempo, formou-se um sistema anexo à Noiva de Cristo, um sistema que na verdade é uma falsa igreja, um regime apóstata que trata do Reino como algo absolutamente antagônico a sua própria essência.  Não estou falando da igreja institucionalizada, pois ela é fundamental para o Reino. Sou absolutamente contra o movimento dos ‘cristãos desingrejados’, pastores de si mesmos. Mas este assunto fica para outro artigo.

Não sei se defino essa visão das coisas como inocência ou como cegueira. O próprio Senhor Jesus nos adverte a respeito do joio que cresce junto ao trigo, porém, qual deve ser nossa postura como cristãos diante desse cenário monstruoso que está se formando debaixo de nossos narizes?

Falado a pouco a respeito da noiva, que a Bíblia define tipologicamente como a Igreja, façamos uma breve reflexão a respeito dela. Quem teve a oportunidade de preparar uma celebração matrimonial sabe como é, para o noivo, o anseio em ver sua amada noiva adentrando o templo, adornada, preparada, perfumada, embelezada para o encontro com o noivo. Do outro lado, a noiva, que passou longas horas se preparando para o momento máximo, pronta para agradar o noivo, com sua beleza, preparação absoluta de entrega, e que segundo reza o padrão moral e espiritual cristão, devendo estar pura e limpa, para que celebre junto ao noivo e enfim esteja unida a ele.

Diante disso, vamos refletir um pouco nas Escrituras. 

Amigo do Noivo 

‘Vós mesmos sois testemunhas do que vos disse: eu não sou o Cristo, mas fui enviado como seu precursor. O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que lhe serve e o ouve, alegra-se grandemente por causa da voz do noivo. Portanto, essa satisfação já se cumpriu em mim. É necessário que Ele cresça e que eu diminua’. João 3.28-30 (Versão King James – KJ).

João Batista, ao declarar tais palavras, estava se referindo – em primeira instancia – aos seus discípulos, que deveriam passar a seguir ‘aquele que estava batizando do outro lado do Jordão’ (v.26), mas por inferência, aplica-se o texto à noiva de Cristo, a igreja. Convém que ‘os amigos do Noivo’ dessa geração operem da mesma forma, diminuindo, anulando-se, para que Ele cresça e para que a noiva seja apenas do Noivo.

No entanto, temos visto uma geração de sacerdotes pregadores do erro crescendo sobremodo e impondo-se como os donos da noiva, e não como amigos do Noivo. 

Paulo, apóstolo, amigo do noivo 

O pragmatismo é um veneno muito pernicioso. De um modo geral, o homem acredita que as coisas que ‘funcionam são as que estão certas’, e tal via é extremamente perigosa.

Diferente de alguns cristãos modernos, a igreja ao longo de sua existência sempre lutou contra as heresias vindas não somente de fora, mas também o erro apregoado dentro. Veja as palavras do teólogo reformado Louis Berkhof:
Pela dádiva de sua Palavra à Igreja, Deus a constituiu em guardiã do precioso depósito da verdade. Enquanto forças hostis são colocadas contra ela e o poder do erro transparece em toda parte, a Igreja deve providenciar para que a verdade não pereça na terra, para que o grau no qual ela está incorporada seja mantido puro e sem mutilações, a fim de que o seu propósito não seja derrotado, e para que ela seja transmitida de geração em geração. Ela tem a grande e responsabilizante tarefa de manter e defender a verdade contra todas as forças da incredulidade e do erro. [1]
Paulo trata deste assunto com uma igreja que, nos padrões atuais, seria a mais perfeita de todas: a igreja em Corinto.
A cidade de Corinto, na época com população estimada em 250 mil cidadãos livres e 400 mil escravos tinha localização privilegiada. Possuía dois portos e pleno acesso ao Mar Mediterrâneo, o que fazia dela uma espécie de encruzilhada por onde viajantes de todo o mundo passavam. O comércio era exuberante, a cultura cosmopolita e os cultos aos deuses helênicos eram intensos, uma vez que a cidade abrigava doze grandes templos, sendo que um dos mais infames era dedicado à Afrodite, deusa grega do amor, onde mais de mil mulheres eram escolhidas todos os anos para que seus corpos servissem de oferendas religiosas em cultos regados a sexo cultual. [2]
Numa cidade com tais costumes, estava a comunidade de cristãos da Igreja em Corinto, uma igreja cheia dos dons (1Co 1.7), porém imatura ao ponto de dividir-se em concórdias (1Co 1.10-17).

Para tal comunidade Paulo lança uma severa advertência que ecoa em nossos dias: a lábia da serpente através dos falsos obreiros. Eis o trabalho daqueles que amam a noiva!  

Sugiro ao leitor que leia 2Co 11 integralmente antes de prosseguir. Feito isso, continuamos nossa reflexão. 

Pois tenho verdadeiro ciúme de vós, e esse zelo vem de Deus, pois vos consagrei em casamento a um único esposo, que é Cristo, a fim de vos apresentar a Ele como virgem pura. (2Co 11.2, KJ)
1. Zelo pela Noiva: Neste versículo, Paulo fala sobre zelo e ciúme por aquele povo cristão, o qual ansiava em apresentar diante de Deus como noiva virgem e pura. Uma noiva sem a mancha do erro, do engano, do pecado pré-nupcial, ou seja, uma noiva que não fosse usurpada pelo maligno e por seus falsos obreiros.

Como li num artigo recentemente, a noiva tem sido estuprada, violentada, usada, envergonhada por homens que aparentam serem amigos do noivo, mas que na verdade servem a Mamon, a seu próprio ventre – ministros de Satanás. Homens que lideram impérios religiosos voltados a si mesmos. Onde estão os amigos da noiva para ecoar o alarde que tal caminho voltado para o homem, e não para Deus, é uma via de engano? Dói para poucos ver esta situação e infelizmente é cômodo para muitos calar-se consentido com a tragédia. 

Entretanto, receio que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também a vossa mente seja de alguma forma seduzida e se afaste da sincera e pura devoção a Cristo. (2Co 11.3, KJ)
2. O engano da serpente: Seguindo em 2Co 11.3, Paulo fala sobre o engano da serpente, a sedução que Eva sofreu e que, pela astúcia do diabo, poderia seduzir aqueles cristãos, de tal modo que suas mentes seriam ludibriadas a ponto de afastá-los da pura e sincera devoção a Cristo. Os falsos mestres que se infiltraram no meio do povo estavam pregando ensinos pervertidos, que se desencontravam da Verdade. O anseio do apóstolo era que o povo tivesse o coração e mente íntegros ao Senhor e que nada nem ninguém tivesses parte na glória única de Deus. E de que forma o engano estava sendo sorrateiramente colocado naquele contexto? 

Porquanto, se alguém vos tem pregado um Jesus que não é aquele que ensinamos, ou se recebeis um outro espírito, que não o Espírito que creio, terdes recebido, ou ainda um evangelho diferente do que tendes abraçado, a tudo isso muito facilmente, tolerais. (2Co 11.4, KJ).
3. Falso evangelho, falso Jesus: Em 2Co 11.4, o apóstolo Paulo adverte a igreja que infelizmente estava sendo tolerado um falso ensino, falso evangelho, falso Espírito, falso Cristo. Não existe nada pior que a mentira disfarçada de verdade. Repito: a mentira disfarçada de verdade é um veneno dado em doses homeopáticas ao povo, que nem percebe que aos poucos estão caindo em destruição. Um pedófilo jamais mostrará sua intenção e face à inocente criança, assim como o estuprador agirá de modo frio e calculista em busca de sua vítima. O erro caminhará com cara de verdade, mas não tardará mostrar-se profundamente tenebroso e diabólico. Os falsos mestres dão o atestado de sua falsidade, em curto, médio ou longo prazo. 

Contudo, não me julgo em nada inferior a esses “eminentes apóstolos”. (2Co 11.5, KJ).
Em nada me considero inferior a esses “superapóstolos”.
(2Co 11.5, Almeida Século 21 – A21).
4. Eminentes apóstolos; Superapóstolos: Aqui em 2Co 11.5 um dos verdadeiros apóstolos de Cristo, Paulo de Tarso, alerta sobre os falsos mestres que estavam conduzindo a igreja de Corinto ao erro. Eram esses homens que estavam contaminando a Noiva, abusando da Noiva! Eram esses homens que se julgavam em posição de eminência que estavam correndo as bases doutrinárias. Neste sentido vamos nos aprofundar um pouco. 

Superapóstolos 

É necessário um aprofundamento de contexto para entender melhor o que estava acontecendo ali. Em 2Co 11.6-9 Paulo fala que não cobrava a respeito do ensino ministrado ali naquele lugar, uma vez que recebeu apoio das igrejas da Macedônia e Filipos e trabalhava com artesanato, costurando tendas (At 18.1.4). E por que ele não queria pesar financeiramente para a igreja de Corinto? Não seria ele como obreiro digno de seu salário?

Paulo estava fazendo forte oposição aos ‘superapóstolos’, uma vez que no século 1 era comum nas províncias gregas (e Corinto ficava na Acaia, ao sul) o pagamento aos mestres de religião e filosofia que atuavam de modo itinerante. Estes lobos estavam sangrando a igreja e ensinando heresias, e como cobravam pelo ensino, ainda difamavam o apóstolo Paulo, alardeando que seu ensino era fraco, pois era gratuito. Como são astutos os filhos do diabo! Inversão da graça.

O anseio dos lobos era que Paulo mudasse seu proceder, cobrando pelo ensino para que se igualasse a eles em atitude. Fica o alerta para você, amado em Cristo: não siga as tendências de ‘sucesso pragmático’ dessa era. Seja fiel e firme na sã doutrina. Veja o comentário abaixo:
Historicamente, líderes religiosos, hereges, despóticos e carismáticos têm sido mais ovacionados pelo mundo do que os santos servos do Senhor. Por isso, os crentes e as igrejas precisam ter cuidado para não se deixarem influenciar pelos “superapóstolos” ou “eminências”, conforme a ironia usada por Paulo, e, assim, em se afastar da verdade (Gl 1.6-9). [3]
Estes falsos apóstolos estavam atuando deste modo itinerante, bem como tentando difamar Paulo (que ficou em Corinto um ano e seis meses – At 18.11) com o propósito de levar uma falsa doutrina, sedentos por dinheiro. Situação idêntica ao que vemos nos nossos dias. Como disse William MacDonald, “como a maioria dos líderes de seitas, não trabalhariam em um lugar que não lhes desse lucro” [4].

Por fim, Paulo lança a todos os olhos aquilo que aqueles homens – e seus similares de nossos dias são: 

Porquanto, tais homens são falsos apóstolos, obreiros desonestos, fingindo-se apóstolos de Cristo. E essa atitude não é de admirar, pois o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não é surpresa alguma que seus serviçais finjam que são servos da justiça. O fim dessas pessoas será de acordo com o que as suas ações merecem. (2Co 11.13-15, KJ) 

As Escrituras deixam claro que o trunfo desses hereges – um verdadeiro canto de sereia – está em seu grande poder de dissimulação, de manipulação. Estes homens tem o “poder” de levar aos ouvidos incautos uma idéia e esperança decisivamente boa, quando de fato não é. E como mostra o versículo 15, que o próprio Diabo se disfarça para enganar, como podem muitos fechar os olhos para realidade que os falsos mestres estão espalhados pelos quatro cantos, na mídia, na internet, no rádio e na TV, e ainda, nos púlpitos, utilizando de linguagem religiosa e aparência de piedade, quando no fundo não passam de mensageiros do Maligno.

Por fim, fica a preocupação de que, todos aqueles que de alguma forma, com coração sincero, querem um relacionamento com Cristo, não caiam na cilada: 

Entretanto, receio que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, também a vossa mente seja de alguma forma seduzida e se afaste da sincera e pura devoção a Cristo. (2Co 11.3, KJ)

Louvo a Deus pois em breve o sistema apóstata ruirá, e prevalecerá por todo sempre a igreja gloriosa, a verdadeira Noiva:
Esta é a Igreja que será verdadeiramente gloriosa no final. Quando toda glória terrena tiver passado, então esta igreja será apresentada sem mancha diante do trono do Deus Pai. Tronos, principados e poderes sobre a terra não serão nada; mas a igreja do primogênito brilhará como as estrelas no final e será apresentada com alegria diante do trono do Pai no dia da aparição de Cristo. [5]

Se Jesus foi rico, eu também quero ser!


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Por Ruy Marinho

Escutar de algum pregador que Jesus era rico e quem segui-lo será próspero financeiramente, soa como uma garantia de ganhar na loteria! Infelizmente, muita gente tem este conceito como premissa para frequentar uma igreja. Afinal: se Jesus foi rico, eu também quero ser – dizem os seguidores da teologia da prosperidade e confissão positiva! Vejam as declarações feitas por alguns famosos precursores deste movimento, desde os EUA até aqui no Brasil:

“João 19 nos diz que Jesus usava roupas de griffe... A túnica era sem costura, tecida de cima até embaixo. Era o tipo de vestimenta que os reis e os mercadores ricos usavam” (John Avanzini, gravado em 20.1.1991, no programa de Kenneth Copeland). 

“Jesus tinha uma roupa tão bonita, tão cara, que os soldados disputaram para ver quem ficaria com ela. Outra coisa, Jesus era acompanhado por mulheres ricas que o serviam. Ele tinha seus doze discípulos e mais um grupo de 20 a 30 pessoas para alimentar diariamente. Quanto custa isso? A casa de Lázaro e outras residências onde ele se hospedava eram de classe média na época, ou até mesmo média-alta. Portanto, eu não consigo enxergar na Bíblia Jesus como uma pessoa paupérrima. Ele viveu como um rabi, que era um mestre. Eu não vejo Jesus pobre, mas vejo que ele demonstrava no seu estilo de vida excelência, tinha uma vida abençoada – multiplicou pães, proveu boa pescaria aos seus discípulos. Como Senhor e Deus, ele tinha acesso às riquezas.” (Bispo Robson Rodovalho, Revista Eclésia, edição 109)

“Sabe, Jesus e os discípulos nunca andaram num Cadilac. Não havia Cadilac naquela época. Mas Jesus andou num jumento. Era o "Cadilac" da época — o melhor meio de transporte existente.” (Kenneth Hagin, A Autoridade do Crente, p. 48.)

Declarações como estas são muito comuns nos dias de hoje, por conta da propagação da teologia da prosperidade no Brasil. Trata-se de um conceito que foi importado dos EUA, fixado atualmente como um forte pilar das igrejas neopentecostais brasileiras. Porém, como cristãos não deveríamos absorver ensinamentos sem antes analisar biblicamente para ver se, de fato, procedem ou não das Escrituras, o que no caso apresentado leva-nos ao seguinte questionamento: Será que realmente Jesus foi rico? Será que ser rico financeiramente é promessa de Jesus para nós?

De fato, Jesus ensinou princípios “riquíssimos” sobre prosperidade material, vivenciados inclusive em sua própria vida terrena. Porém, biblicamente veremos que em nada confere com as afirmações dos propagadores da teologia da prosperidade.

Antes de continuar, esclareço que eu não defendo de forma alguma a “teologia da miséria”, creio plenamente que Deus nos sustenta e supre as nossas necessidades, bem como prospera alguns conforme a sua soberana vontade. Porém, entendo que o grande problema é deixar de buscar a Deus pelo que Ele é em troca daquilo que Ele pode nos dar. Portanto, o que vou analisar exclusivamente neste artigo é a afirmação de que supostamente Jesus era rico e que Ele promete riquezas para os seguidores. Vejamos:

Em primeiro lugar, Jesus era e sempre será rico eternamente em sua posição gloriosa no céu, porém abdicou-se de sua glória celestial e veio à terra viver como um homem de maneira humilde, a fim de sofrer e morrer por nós: “pois conhecereis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos.” (2Co 8:9)[1] Ao contrário do que afirmam os defensores da teologia da prosperidade, nesta passagem está claríssimo que Jesus não era rico, o propósito d’Ele era exatamente o contrário. Cristo tornou-se pobre no mundo não para trazer riquezas materiais a humanidade, mas sim a salvação que é a verdadeira riqueza, por consequência a transformação de vida em amor para com o próximo. No contexto de 2Co 8, Paulo utiliza o exemplo da posição de glória que Cristo desfrutava com o Pai e que foi sacrificada por Ele a fim de nos auxiliar (Fp 2:5-8) para mostrar que, da mesma forma, os crentes de Corinto deveriam sacrificar algo para ajudar os irmãos da igreja de Jerusalém. Paulo incentiva-os a ofertar aos irmãos necessitados como um ato cristão de amor e cuidado.

Desde o início da vida terrena de Jesus, o propósito d’Ele de fazer-se humildemente pobre foi manifestado, a começar pelo seu nascimento: “E ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lc 2:7) Em tese, seguindo a lógica da teologia da prosperidade, seria bem mais apropriado que Jesus Cristo tivesse nascido em um palácio, num berço de ouro forrado com tecido fino e vários criados para servi-lo. Porém, Jesus nasceu num estábulo e colocado numa humilde mangedoura para demonstrar desde o início o propósito de ir contra a ganância e as riquezas deste mundo.[2] A Bíblia indica que Maria e José eram pobres, pois quando Maria foi apresentar Jesus no templo, a oferta de sacrifício oferecida (segundo a lei mosaica - Lv 12:8) era oferta de pobre: "e para oferecer um sacrifício, segundo o que está escrito na referida lei: Um par de rolas ou dois pombinhos." (Lc 2:24) Isto prova, pelo menos na época do nascimento de Jesus, que José não era financeiramente estável por conta de sua profissão de carpinteiro.

Quando Jesus começou seu ministério terreno, Ele largou tudo o que tinha (família, lar, conforto etc.) para dedicar-se integralmente ao propósito do evangelho. Tudo o que era necessário para o suprimento natural de Jesus foi providenciado pelos próprios discípulos, prova disso é o fato de que algumas mulheres serviram Jesus com seus bens (Lc 8:1-3).
Jesus, conhecendo o coração das pessoas, ao responder alguém que queria segui-lo provavelmente para buscar benefício próprio, disse que "As raposas têm seus covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça". (Lc 9:58) Note que Cristo aborda exatamente a questão “moradia”, uma resposta clara que refuta a afirmação de alguns pregadores da prosperidade de que Jesus possuía uma enorme mansão em Jerusalém.

Na primeira multiplicação de pães e peixes, os discípulos poderiam muito bem sair para comprar os alimentos para o povo, porém os mesmos questionaram Jesus justamente pelo fato de não terem condições para tal feito. Foi necessário a operação de um milagre para alimentá-los (Mc 6:34-44).

Certa ocasião, quando Jesus chegou em Cafarnaum (Mt 17:24-27), ele não tinha dinheiro para efetuar o pagamento do imposto da cidade, sendo necessário operar um milagre através de Pedro para efetuar o pagamento. Ao perguntarem para Jesus se era lícito pagar tributo a César, Jesus respondeu: Por que me experimentais? Trazei-me um denário, para que eu o veja” (Mc 12:14-16). Se Jesus fosse rico, com certeza teria uma moeda no bolso para usar, porém foi necessário alguém trazer uma para que Jesus pudesse vê-la.

A afirmação dos pregadores da prosperidade de que o Jumento que Jesus utilizou para entrar em Jerusalém, era como se fosse um Cadilac ou uma BMW da época, chega a ser ridícula e mostra o despreparo bíblico dos defensores da teologia da prosperidade. Ora, basta uma análise no contexto cultural para perceber que a “BMW” da época na verdade eram as carruagens e os cavalos, e não um jumento! Na Bíblia vemos claramente um exemplo disso: "Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que no seu carro, viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías.” (At 8:27:28) Além disso, o Jumento não era de Jesus, mas emprestado!

Ao contrário do que Rodovalho e John Avanzini afirmam, as roupas de Jesus no geral não eram de rico, pois os soldados tomaram as vestes e "rasgaram-nas em quatro partes" (Jo 19:23-24), somente a túnica (peça íntima que ficava debaixo das vestes) que era algo realmente nobre naquela época, pois não tinha costura e era tecida de cima abaixo. Por isso que os guardas lançaram sortes para ver quem ficaria com a mesma. Provavelmente tal peça pode ter sido doada por algum discípulo. Afinal, tudo ou quase tudo o que Jesus possuía durante o seu ministério era doado pelos discípulos que o acompanhavam, entre os quais alguns financeiramente prósperos, que era o caso das mulheres descritas em Lucas 8:1-3. O próprio túmulo de Jesus foi emprestado (Lc 23:50-53)!

Os pregadores da teologia da prosperidade, tentando contra-argumentar, ainda colocam que os apóstolos eram prósperos financeiramente. Porém, a Bíblia claramente refuta esta idéia. Dentre vários exemplos bíblicos, podemos listar alguns: Quando Pedro e João chegaram à porta do templo, onde um coxo de nascença pediu-lhes uma esmola. Se os apóstolos fossem ricos, com certeza eles teriam dado dinheiro ao pedinte, porém eles afirmaram: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!" (Atos 3:1-8), e o homem foi curado. O apóstolo Paulo passou por muitas necessidades financeiras ( Fp 4.10-20, 2Co 11.27), inclusive tendo que trabalhar fabricando tendas para se sustentar (At 18:3). O mesmo também ensinou a respeito da expectativa de buscar riquezas materiais: “Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores.” (I Tm 6.8-10)

Como podemos ver, não existe base bíblica para afirmar que Jesus e os apóstolos eram ricos. Na verdade, Cristo nunca defendeu a busca por riquezas materiais, pelo contrário, condenou-a mostrando o verdadeiro padrão a ser almejado: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração. São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão! Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” (Mt 6.19-24). Ele exortou-nos a buscar primeiramente o reino de Deus e a sua justiça, sendo que o suprimento necessário virá naturalmente de Deus (Mt 6:25-34). Não devemos ter preocupações exageradas pela nossa sobrevivência, nem pelos cuidados materiais gananciosos, pois Jesus afirmou que este conceito é, de fato, o mais claro sinal de avareza na vida de alguém: “Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui” (Lc 12.15)

Todavia, é importante salientar que devemos também seguir o exemplo dos cristãos da Macedônia, onde mesmo em meio de muita pobreza, manifestaram abundância de generosidade ao preparar ofertas para ajudar os irmãos da igreja de Jerusalém em dificuldades financeiras. (2Co 8:1-4)

Quanto aos cristãos financeiramente prósperos, a Bíblia diz: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento; que pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida.” (1Tm 6:17-19) João Calvino interpretou este fundamento com clareza: aqueles a quem houvermos de ver premidos pelas dificuldades das coisas, compartilhemos-lhes das necessidades e com nossa abundância supramos-lhes a falta de recursos.” [3] (Veja também 2Co 9:1-15)
 
Enfim, há muito mais passagens bíblicas que tratam sobre o assunto, mas creio que as citadas neste artigo sejam suficientes para esclarecer a questão.

Soli Deo Gloria!

Criança Tem Anjo da Guarda? Ditos Difíceis de Jesus


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Por Augustus Nicodemus Lopes

“Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos; porque eu vos afirmo que os seus anjos nos céus vêem incessantemente a face de meu Pai celeste” (Mateus 18:10).

Em certa ocasião, desejando dar aos discípulos uma lição sobre humildade (Mt 18.1), o Senhor Jesus chamou uma criança para perto de si (v. 2) e ensinou aos discípulos a necessidade de alguém se tornar como uma delas para entrar no Reino (v. 3-4). Receber uma criança no nome do Senhor significa receber ao próprio Senhor (v. 5). Em seguida, o Senhor falou do castigo dos que colocam tropeços diante dos “pequeninos” que crêem nEle (v. 6-9) e advertiu os discípulos a que não os desprezassem, diante do cuidado vigilante de Deus por eles, através dos anjos (v. 10).

Este dito é difícil porque sugere a existência de “ anjos da guarda” de crianças, que estariam constantemente na presença de Deus, velando e cuidando das crianças. O conceito de que cada crente tem um anjo da guarda enviado por Deus sempre foi popular entre os cristãos, e tem se tornado ainda mais popular com a crescente onda de fascínio pelos anjos que tem invadido as igrejas evangélicas, acompanhando o aumento do misticismo e do ocultismo no mundo.

Há várias interpretações para este dito difícil de Jesus.

1. Os anjos no céu são as almas das crianças quando morrem.

De acordo com este entendimento, Jesus ensinou que as almas das crianças (os “anjos” delas) vão para o céu após a morte das crianças, e ficam continuamente na presença de Deus. De acordo com esta interpretação, Jesus mandou que os discípulos não desprezassem as crianças pois elas, quando morrem, vão, na forma de anjos, morar na presença de Deus. Alegam que Jesus se referiu aos “seus anjos no céu”, indicando que se refere ao que acontece após a morte. A dificuldade óbvia com esta interpretação é que identifica alma com anjo, uma associação impossível à luz do Novo Testamento. A alma faz parte da personalidade humana, enquanto que um anjo é um ser distinto do homem. As pessoas não se transformam em anjos quando morrem, conforme a crendice popular, mas suas almas comparecem, como almas, à presença de Deus.

2. Cada criança tem um anjo da guarda.

Outra interpretação entende que a expressão “seus anjos” se refere a anjos destacados por Deus para guardar cada criança, e que neste labor, eles ficam subindo constantemente ao céu, na presença de Deus, para dar relatórios de suas atividades e interceder em favor das crianças. Esta doutrina é defendida pela Igreja Católica, que diz que no batismo cada criança recebe seu anjo da guarda, que é enviado por Deus para proteger e aconselhar esta criança toda a sua vida. Esse anjo é também chamado, na teologia católica, de "anjo custódio".

Há várias passagens bíblicas usadas para defender esta interpretação. “O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem e os livra” (Salmo 34:7) é uma das mais conhecidas. Também Gênesis 48.16, onde Jacó se refere a um anjo que o teria livrado de todo o mal (na verdade, refere-se ao anjo do Senhor). Menciona-se também o anjo que veio em socorro de Daniel (Dn 6.22). Estas e outras passagens entretanto não provam o ponto, apenas mostram que Deus envia anjos para proteger e salvar seus servos em determinados momentos. A idéia de “ anjo da guarda” para cada criança é bastante estranha à luz da doutrina bíblica, muito embora esteja claro que uma das funções dos anjos é proteger os filhos de Deus. Nenhuma das passagens geralmente usadas para provar a existência de “anjo da guarda” realmente prova coisa alguma. Ao final, existe muita influência da crendice e da superstição popular sobre o assunto.

3. Os “pequeninos” são os crentes em Jesus Cristo.

A outra interpretação defende que a chave para entendermos este dito difícil de Jesus é a palavra “pequeninos”. A quem Jesus se refere? O termo pode ser tomado literalmente como se referindo às crianças, como as duas interpretações acima o fazem, ou figuradamente, como se referindo aos discípulos de Jesus. Esta última possibilidade resolve o problema e tem apoio bíblico. Primeiro, Jesus usa regularmente o termo “pequeninos” para se referir aos discípulos, cf Mt 10.42; 18.6; Mc 9.42; Lc 17.2. Note que nos versos 1-5 Ele se referiu claramente às “crianças”, e nos versos 6-10 Ele menciona os “pequeninos”.  Segundo, os discípulos são comparados com crianças, no que diz respeito à confiança em Deus. Terceiro, a passagem se encaixa no ensino geral do Novo Testamento sobre o ministério dos anjos em favor dos filhos de Deus, como Hebreus 1.14. Portanto, a melhor explicação para esta passagem é que Jesus está ensinando que Deus envia seus anjos para assistir aos “pequeninos”, que são os seus discípulos, os filhos de Deus pela fé, comparados a crianças, e que, portanto, nós não devemos desprezar estes “pequeninos”. Esse ministério angélico para com os “pequeninos” faz parte do cuidado geral que os anjos desempenham, pelo povo de Deus (cf. Sl 91.11; Hb 1.14; Lc 16.22).

A passagem não está ensinando que cada crente ou criança tem seu próprio “anjo da guarda”, como era crido popularmente  entre os judeus na época da igreja primitiva. Fazia parte desta crença que o “anjo guardião” poderia tomar a forma do seu protegido (cf. At 12.15). Ela simplesmente expressa o cuidado geral de Deus por seu povo através dos anjos.

Deus me mandou te dizer



Por Renato Vargens

Entre os evangélicos, principalmente no meio pentecostal é comum nos chamados círculos de oração, encontrarmos os profetas de plantão mandando recados "divinos" uns para os outros. Nesta perspectiva, volta e meia é possível testemunhar alguém dizendo: "Deus me mandou te falar..."  e lá vem profetada e revelação.

Outro dia, um amigo compartilhou que uma das "profeteiras de Genézio" dirigiu a palavra sua esposa dizendo: "Deus manda te dizer, que o seu sofrimento vai acabar e que o seu marido vai largar a cachaça e converter-se a Cristo." 

Pois é, o que a "profeta" não sabia, era que o marido dessa mulher, além de ser convertido, era um pastor consagrado e temente ao Senhor.  Noutra ocasião fiquei sabendo de uma casal amigo que recebeu a revelação por parte do profeta que deveriam ser casar pois essa era a vontade do Senhor. Há pouco soube de uma mulher que mediante a revelação do círculo de oração, abandonou o marido para casar com outro, visto que recebeu uma profecia de que aquele que estava casado não era o escolhido do Senhor.

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Nós cristãos não precisamos de mediatores para nos dizer o que fazer ou conhecer a vontade de Deus para as nossas vidas. Ora, as Escrituras afirmam que os crentes em Jesus são sacerdotes e como tais possuem livre acesso ao trono do Pai. O problema é que parte do pentecostalismo brasileiro (reconheço que nem todos são farinha do mesmo saco) sincretizaram a fé miscigenando o cristianismo com práticas da umbanda e candomblé. Nessa perspectiva, em vez de consultar o pai de santo, consulta-se o profeteiro, com o objetivo único de que este lhe diga a vontade de Deus.

Sinceramente estou cansado dessa macumba gospel, desse reteté de Jeová  que manipula o povo segundo a vontade do profeta.

Eu, diferentemente de muitos, fico com os reformadores que como Lutero diziam:

"Fiz uma aliança com Deus: que Ele não me mande visões, sonhos, nem mesmo anjos. Estou satisfeito com o dom das Escrituras Sagradas, que me dão instrução abundante e tudo o que preciso conhecer tanto para esta vida quanto para o que há de vir"

Prezado amigo, isto, posto, rogo por Cristo Jesus, que tome cuidado quando alguém lhe dirigir a palavra em nome do Eterno,  dizendo-lhe aquilo que tem que fazer, mesmo porque, ao aceitar algumas destas revelações você poderá estar comprando, gato por lebre.

Pense nisso!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A “igreja” que matou Jesus



A igreja que matou Jesus preferiu conviver com um marginal e assassino do que com Jesus.

A igreja que matou Jesus também matou os profetas.

A igreja que matou Jesus era religiosa.

A igreja que matou Jesus convivia com Ele, mas não o conhecia.

A igreja que matou Jesus era hipócrita.

A igreja que matou Jesus fazia do templo e da Palavra, comércio.

A igreja que matou Jesus envolveu-se com a política da época.

Na igreja que matou Jesus havia podres e sujeiras.

Na igreja que matou Jesus a última palavra era dos poderosos, os santos sumo sacerdotes.

Na igreja que matou Jesus a comunhão era fingida. O amor, discursivo.

Os religiosos da igreja que matou Jesus diziam-se santos, vestiam-se adequadamente, davam o dízimo, mas estavam prontos a apedrejar a pecadora.

A igreja que matou Jesus foi a igreja dos cidadãos da alta sociedade judaica, mas se assegurou de manter os marginalizados à margem.

A igreja que matou Jesus não frutificava.

Na igreja que matou Jesus havia muita reverência – aos homens – , mas poucos homens-referência.

Na igreja que matou Jesus vivia-se uma verdade inventada, dogmática.

Na igreja que matou Jesus a misericórdia tinha preço “$”.

A igreja que matou Jesus cumpria a Lei, mas desconhecia a Graça.

A igreja que matou Jesus ignorava Sua voz, mas orava em voz alta.

A igreja que matou Jesus tinha tanta convicção em suas verdades que o mataram.

A igreja que matou Jesus nem chegou a ser chamada de Igreja, mas ainda existe.
Você a conhece?

O Remédio que a igreja precisa!


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Em nome de Deus muita esquisitice tem sido ministrada na igreja evangélica brasileira. Dentre inúmeros casos, destaco aquilo que chamamos de “profetada”.

Infelizmente conheço casos de pessoas que casaram mediante orientação dos profetas, abandonaram seus empregos mediante as profecias recebidas, desistiram de suas profissões em virtude das mais diversas “revelações”, além de optarem por um estilo de vida centrado exclusivamente em adivinhações e profetadas.

Há alguns anos fui surpreendido por mais uma daquelas tristes novidades que infelizmente acontecem com alguns evangélicos. Confesso que fiquei chocado ao ouvir pela boca de um pastor amigo a mais recente modalidade ministerial e eclesiástica: O “personal profect”.

Pode até parecer loucura mais é isso mesmo que você acabou de ler. Se não bastasse a significativa quantidade de absurdos que percebemos em alguns de nossos arraiais, ultimamente tem surgido em nossos templos pessoas que em nome de uma espiritualidade saudável se auto-intitulam guias e orientadores do rebanho de Cristo. Tais indivíduos fundamentam seus comportamentos no desenvolvimento da sociedade e modernidade, onde em virtude de fatores mais distintos, sentem-se necessitados em contratar especialistas em determinada área no intuito único de satisfazer suas necessidades humanas.

O pior é que do jeito que a coisa anda daqui a pouco vamos ler nas páginas dos principais jornais o seguinte anuncio: “Ofereço serviço de profeta. Oro por você, leio a Bíblia para você e ainda lhe dou a resposta de Deus para os seus problemas. Obs: Cobro abaixo da tabela”.

Pois é, creio veementemente que boa parte dos nossos problemas eclesiásticos se deve ao fato de termos abandonado as Escrituras em detrimento as revelações dos profetas da modernidade. Não tenho a menor dúvida de que somente a Bíblia Sagrada é a suprema autoridade em matéria de vida e doutrina; só ela é o árbitro de todas as controvérsias, como também a norma para todas as decisões de fé e vida. Soma-se a isso o fato de que para os cristãos a autoridade da Escritura é superior à da Igreja, da tradição, bem como das experiências místicas adquiridas pelos profetas e profetisas desta geração.

Sem sombra de dúvidas a Santa Palavra de Deus é o remédio que precisamos para recuperar nossa saúde espiritual.

Púlpito não é palanque! E política no templo é ilegal!

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Motivado por uma postagem que li no Púlpito Cristão, deixo aqui registrados os dois diplomas legais citados pelo prezado irmão Leonardo Gonçalves no texto em questão.
Nunca é demais lembrar, caros irmãos: Púlpito não é palanque! E política no templo é ilegal!

Lei n.º 9504/97, Artigo 37 § 4º: (1)
Art. 37. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados. (Redação dada pela Lei nº 11.300, de 2006) (g.m.)
§ 4o Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pela Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009). (g.m.)
Artigo 13 da Resolução 22.718/2008 do Tribunal Superior Eleitoral: (2)
Art. 13. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei nº 9.504/97, art. 37, caput). (g.m.)
§ 2º Bens de uso comum, para fins eleitorais, são os assim definidos pelo Código Civil e também aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas, centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada. (g.m.)

Nunca vos conheci.


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Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Mt 7:21.23

Notadamente esta passagem envolve pessoas religiosas com práticas pentecostais. Tais pessoas afirmam ter caminhado com o Senhor. Mas, a rejeição proferida pelo Senhor cita a prática de iniqüidade.

O termo iniqüidade deve ser entendido como “sem obedecer às leis”; pessoas que não obedecem às regras, os rebeldes. Em contraste com os “que herdarão”, há os “que ficarão fora”. Estes praticam iniqüidade, aqueles fazem a vontade do Pai, postanto iniqüidade é desobediência, não fazer a vontade do Pai.
Traduzida por rebeldia em 1 Jo 3:4: “Todo aquele que vive habitualmente no pecado também vive na rebeldia, pois o pecado é rebeldia”. E isto é significativo para entender nossos dias. O pecado permeando a vida religiosa, liberdade devocional sem compromisso com a Palavra do Senhor.

A rejeição daquelas pessoas não advém das manifestações de poder alegadas – profecias, expulsar demônios, milagres, disto podemos inferir a conduta religiosa. Nosso Senhor as rejeita por algo que a caracterizava sua religiosidade: rebeldia, insubmissão à vontade do Pai. Foram rejeitados pela devoção à revelia das santas leis do Senhor, devoção pessoal sem atentar para Escritura.

Lendo, observando, convivendo com pessoas que se intitulam crentes percebe-se grande diversidade nos critérios adotados para orientar suas condutas e valores. Há pessoas notadamente seculares que proclamam dos eirados – seus blogs, reuniões, conversas e encontros – hábitos inadequados aos santos. Contudo, consideram-se nos mais altos ideais de maturidade cristã. Ao definiram para si o padrão a ser adotado, violam a liberdade que há em Cristo, tornam-se rebeldes.

São enfáticos no consumo de vinho, no descaso com regras, no desprezo ao outro, na comunhão com as trevas, na irreverência, na audição inadequada, na leitura indigna, na comunhão e no partir o pão, na profanação do santo.

Certa vez recebi a ligação de uma senhora que gostaria de “conhecer mais do Senhor”. Estava à frente de um grupo de outras pessoas em condição idêntica a dela. Perguntei-lhe que igreja freqüentava, e ela, educadamente falou que era mais uma questão a ser resolvida, ou seja, não pertencia a nenhuma. Já antecipei que receberia uma pessoa que se sente acima da igreja. Pessoas assim tendem a criar um cristianismo próprio, a igreja dos santos não é capaz de regulamentar os valores cristãos, está aquém de suas necessidades e propósitos.

Geralmente são pessoas que têm boa formação secular e insistem em colocar as verdades de Deus circunscritas ao seu sistema mental e aos seus interesses. Suas verdades estão fundamentadas em postulados filosóficos com pouco uso das Escrituras. São teólogos de seus fragmentos, não têm profundidade doutrinária, conseqüentemente nenhum pastor, nenhuma pregação edifica suas vidas.

Aspectos mais objetivos e simples das Escrituras, como esperança, salvação, arrependimento, santificação, fundamentos bíblicos são evitados como coisas de somenos. Estão mais inclinadas a temas associados ao pensamento livre, metafísica, sociologia etc. São sem igreja, sem teologia, sem doutrina, sem leis, sentem-se acima das questões fundamentais da fé, são os rebeldes.
Tudo e todos precisam estar condicionados aos seus conceitos e às suas verdades. Não evidenciam mudanças de comportamento, equivocadamente, supõem que o cristianismo é um berço para discursos sem suporte comportamental. Trazem de sua vida “antes de conhecer o Senhor” hábitos e crenças que os mantêm, mesmo que não se ajustem ao padrão do Altíssimo.

Devemos considerar que a passagem registra um evento profético e não apenas um fato possível. A surpresa da sentença prolatada pelo Juiz tem como réplica o orgulho exibido pela ficha de serviços prestados. Mas o desfecho final é significativo: Nunca vos conheci.

Apesar da tragédia do texto, há esperança. O Senhor utiliza um tom de advertência. O tempo verbal utilizado é futuro, portanto ainda a ocorrer. Urge uma avaliação criteriosa da vida que cada um leva, consultar as profundezas de nossos corações para sabermos se de fato o Senhor nos conhece. Servir ao Senhor não traz qualquer garantia de amizade com Ele.

Ele diz: sois meus amigos se fizerdes o que mando.

A Ele honra, glória e louvor de eternidade a eternidade.

FILHOS DESOBEDIENTES.


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12 Formas de amar os vossos filhos desobedientes

O artigo que se segue foi escrito pelo meu filho Abraham, que fala com a sabedoria da experiência e das Escrituras. Li-o com lágrimas e gargalhadas. É um artigo tão emocionante que lhe perguntei logo se podia partilhá-lo com a Igreja e com, a ainda mais vasta, comunidade cristã. Não há alegria maior do que a de ver os vossos filhos a caminhar na verdade – e a expressá-la tão bem! O resto não é do Abraham. – John Piper

Muitos pais ficam com o coração partido e completamente perplexos por causa da filha ou do filho que não são crentes. Não fazem a mínima ideia por que é que a criança que criaram toma decisões tão horríveis e destrutivas. Nunca fui um desses pais, mas fui um desses filhos. Reflectindo sobre essa experiência, sugiro estas soluções para vos ajudar a alcançar os vossos filhos desobedientes.

1. Direccionem-nos para Cristo.

O verdadeiro problema dos vossos filhos rebeldes não é drogas, sexo, tabaco, pornografia, preguiça, criminalidade, maldicência, desmazelo, homosexualidade ou fazer parte de uma banda de rock punk. O verdadeiro problema é que eles não vêem Jesus com clareza. O melhor que podem fazer pelos vossos filhos—e a única razão para fazer qualquer uma das sugestões que se seguem—é mostrar-lhes Cristo. Não é um processo simples ou imediato, mas os pecados nas vidas deles, que vos inquietam e que os destroiem, só começarão a desaparecer quando eles virem Jesus de uma forma como ele realmente é.

2. Orem.

Só Deus pode salvar o vosso filho ou filha. Por isso, continuem a pedir-Lhe que se mostre a eles, de forma a que eles não possam resistir a adorá-lo.

3. Assumam que algo está errado.

Se a vossa filha rejeita Jesus, não finjam que está tudo bem.

Para todas as crianças que não são crentes, os detalhes são diferentes. Será preciso que os pais abordem cada detalhe de formas únicas. Contudo, não é aceitável o facto de não os abordarem de todo. Se o vosso filho não é crente, não ignorem esse facto. As férias podem ser mais fáceis, mas a eternidade não o será.

4. Não esperem que eles sejam como Cristo.

Se o vosso filho não é cristão, ele não vai actuar como tal.

Vocês sabem que ele abandonou a fé, portanto não esperem que ele viva pelas normas segundo as quais o criaram. Por exemplo, vocês podem sentir-se tentados a dizer: «Sabemos que é difícil para ti acreditar em Jesus, mas não consegues pelo menos admitir que embebedares-te todos os dias é pecado?»
Se ele está com dificuldade em acreditar em Jesus, então há muito pouco significado em admitir que a embriaguez está errada. Querem protegê-lo, pois. Mas a falta de crença dele é o problema mais perigoso—e não o facto de andar sempre em festas. Por mais que o comportamento de falta de crença do vosso filho se mostre, façam sempre questão de se concentrarem mais na doença do coração do que nos sintomas da doença.

5. Recebam-nos de braços abertos em casa.

Porque a preocupação maior não são as atitudes do vosso filho, mas sim o coração dele, não criem muitas exigências para que ele volte para casa. Se ele sentir alguma suspeita ao estar convosco, isso é Deus a dar-vos uma oportunidade de o amar de volta para Jesus. Obviamente há algumas instâncias em que devem dar ultimatos: «Não entres nesta casa se estiveres...». Porém, instâncias como essas acontecem raramente. Não reduzam as probabilidades de estar com o vosso filho ao impor demasiadas regras.

Se a vossa filha cheirar a erva ou a tabaco, borrifem o casaco dela com 'Febreze' e mudem os lençóis quando ela sai, mas deixem-na vir para casa. Se descobrirem que ela está grávida, comprem-lhe ácido fólico, levem-na à ecografia na 20.ª semana de gravidez, protejam-na do Planeamento Familiar e, custe o que custar, deixem-na vir para casa. Se o vosso filho ficar falido porque gastou o dinheiro todo que lhe emprestaram em mulheres da vida e bebidas caras, então perdoem-lhe a dívida como também vocês foram perdoados; não lhe deêm mais nenhum dinheiro e deixem-no vir para casa. Se ele não aparece há uma semana e meia porque tem ficado em casa da namorada peçam-lhe para não ir mais e, deixem-no vir para casa.

6. Incentivem-nos mais vezes do que as que os repreendem.

Sejam gentis com o desapontamento.

O que mais vos preocupa é o facto do vosso filho se estar a destruir a si próprio, e não o facto de ele estar a quebrar as regras. Tratem-no de forma a que ele perceba isso. Provavelmente ele sabe—principalmente se foi criado como cristão—que o que anda a fazer está errado. E, definitivamente, ele sabe que vocês pensam isso. Portanto, o vosso filho não precisa que vocês lho digam. Ele precisa de saber como vocês vão reagir ao mal dele. A vossa indulgência bondosa e esperança dolorosa mostrar-lhe-ão que vocês confiam realmente em Jesus.

A consciência dele, por si só, pode condená-lo. Os pais devem permanecer compreensivos e firmes, vivendo sempre na esperança de que o filho volte.

7. Façam com que os vossos filhos contactem com crentes que conseguem aproximar-se mais deles.

Há dois tipos de acesso ao vosso filho que podem não conseguir ter: geográfico e relacional. Se o vosso filho desobediente vive longe, tentem encontrar um crente convicto na zona onde ele vive e peçam-lhe para contactar o vosso filho. Isto pode parecer intrometido, estúpido ou embaraçoso para ele, mas vale a pena—especialmente se o crente que encontrarem se consegue relacionar também emocionalmente com o vosso filho numa forma que vocês não podem.

A distância nas relações pode também ser um efeito secundário do abandono da fé por parte do vosso filho, portanto a vossa relação será ténue e deve ser protegida, se for possível. Mas uma repreensão dura é necessária na mesma.

É aqui que, outro crente com acesso emocional ao vosso filho, pode ser muito útil. Se há um crente em quem o vosso filho confia e, talvez até com quem goste de estar, então esse crente tem a plataforma para dizer ao vosso filho—de uma forma a que ele preste atenção—que ele está a ser um idiota. Isto pode soar severo, mas precisamos muitas vezes de uma chamada de atenção, e as pessoas em quem confiamos são normalmente as únicas que conseguem dar-nos uma repreensão dolorosa de forma a ser um presente para nós.

Muitos miúdos rebeldes fariam bem em ouvir que estão a ser tolos—e é muito raro que os pais lhes digam isto de forma a ajudá-los—portanto, tentem manter outros cristãos nas vidas dos vossos miúdos.

8. Respeitem os amigos dos vossos filhos.

Honrem o vosso filho desobediente da mesma forma que honrariam qualquer outro descrente. Eles podem andar com grupos com os quais vocês nem pensariam em falar ou até mesmo olhar, mas tratam-se dos amigos do vosso filho. Respeitem isso—mesmo que o relacionamento se baseie no pecado. Eles são más influências para o vosso filho, sim. Mas ele também é má influência para eles. Nada se resolverá pelo facto de tornarem evidente que não gostam de quem anda com quem.

Quando o vosso filho aparece com outra namorada para uma festa de aniversário familiar—uma pessoa que nunca viram e que provavelmente nunca mais vão ver—sejam hospitaleiros. Ela também é a filha desobediente de alguém, e ela também precisa de Jesus.

9. Enviem-lhes e-mails.

Agradeçam a Deus pela tecnologia que lhes permite estar tão facilmente presentes nas vidas dos vossos filhos!

Quando lerem algo na Bíblia que os incentive e os ajude a amar mais Jesus, escrevam-no e enviem-no ao vosso filho. A melhor exortação para eles são os exemplos positivos da alegria de Cristo na vossa própria vida.

Não entre em stress quando estiver a elaborá-los, como se cada um deles precisasse de ser unicamente poderoso. Apenas tirem um após o outro, e deixem que o efeito cumulativo da vossa satisfação em Deus se reuna na caixa de correio electrónico do vosso filho. A palavra de Deus nunca é proclamada em vão.

10. Levem-nos a almoçar fora.

Se possível, não deixem que a única interacção com o vosso filho seja apenas electrónica. Passem tempo juntos, cara a cara, se puderem. Podem pensar que isto é desconfortável e stressante, mas acreditem que é pior estar no lugar do vosso filho—ele está a viver esse mesmo desconforto, mas com culpa. Portanto, se ele se quer encontrar com vocês para almoçar, agradeçam a Deus, e façam uso dessa oportunidade.

É quase hipócrita falar sobre a rotina dele, porque aquilo que vos importa realmente é a vida eterna dele; mas tentem na mesma. Ele precisa de saber que se importam com tudo o que lhe diz respeito. Então, antes de acabar de almoçar, rezem para que o Senhor lhes dê a coragem de perguntar sobre a alma dele. Não sabem como ele vai responder. Será que ele vai revirar os olhos como se vocês fossem idiotas? Será que se vai zangar e ir embora? Ou será que Deus tem trabalhado nele desde a última vez que falou com ele? Se não perguntar, nunca vai saber.

(Eis aqui uma nota para os pais de crianças pequenas: estipulem saídas regulares para irem comer fora com os vossos filhos. Não só será uma experiência valiosa para ambos, como também, se alguma vez os vosso filhos entrarem na crise da insubordinação, a tradição de se encontrarem com eles já existirá e não será estranho convidá-los para ir comer fora. Se o filho estiver habituado, desde pequenino, a ir comer fora com o pai aos Sábados, será muito mais difícil para ele recusar um convite do pai—mesmo para um confiante rapaz de 19 anos.)

11. Interessem-se por aquilo que eles querem conseguir.

É provável que se a vossa filha está a rejeitar Cristo de propósito, então a forma como ela passa o tempo irá provavelmente decepcioná-los. Contudo, encontrem valor nos interesses dela, se possível, e incentivem-na. Vocês foram assistir às peças da escola dela e aos jogos de futebol quando ela tinha 10 anos; o que poderão fazer agora que ela tem 20 para mostrar que realmente ainda se interessam pelos interesses dela?

Jesus passou tempo com cobradores de impostos e prostitutas, e nem sequer era familiar deles. Imitem Cristo sendo o tipo de pais que poem os tampões dos ouvidos no bolso e que vão para o centro da cidade, à pequena discoteca fria e húmida, onde vai ser o espectáculo de lançamento do CD da vossa filha. Incentivem-na e nunca párem de rezar para que ela comece a usar os dons dela para a glória de Jesus, em vez de para a sua própria glória.

12. Apontem-lhes Cristo.

O mais importante é que isto não seja demasiado stressante. Nenhuma estratégia para alcançar o vosso filho, ou filha, surtirá qualquer efeito duradouro se o objectivo subjacente não for ajudá-los a conhecer Jesus.
Jesus.

Não reze para que eles voltem a ser bons miúdos outra vez; para que cortem o cabelo e comecem a tomar banho; para que venham a gostar de música clássica em vez de deathcore; para que deixem de se sentir envergonhados no estudo semanal da Bíblia; para que votem no partido conservador outra vez nas próximas eleições; nem para que possam dormir à noite ao saber que os vossos filhos não vão para o inferno.

A razão mais importante para rezar por eles, recebê-los de braços abertos, pleitear com eles, enviar-lhes e-mails, comer com eles ou interessarem-se pelo que eles se interessam é para que os olhos dos vossos filhos se abram para Cristo.

E não só Cristo é o único objectivo—ele é também a única esperança. Quando eles virem a maravilha que é Jesus, a satisfação será refinada. Ele substituirá a patética vaidade do dinheiro, o louvor ao homem ou ao estatuto ou ao orgasmo em que estão a delimitar as suas vidas eternas neste momento. Só a sua graça pode retirá-los dessas buscas arriscadas e prendê-los com segurança a ele—cativos, mas satisfeitos.

Ele fá-lo-á por muitos. Tenham fé e não desistam.

Por Abraham Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org
Original: 12 Ways to Love Your Wayward Child. Website: desiringGod.org
Tradução: gospeltranslations.org



A melhor forma de punir seus filhos

Em sua autobiografia, John Paton, missionário escocês em New Hebrides, reflete sobre como seu pai reagia tão eficazmente à desobediência de seus filhos:

Se algo verdadeiramente sério precisava ser castigado, ele primeiro se retirava ao seu “closet” para orar, e nós garotos entendíamos que ele estava colocando toda a questão diante de Deus; e aquilo era a parte mais severa da punição para eu suportar! Eu poderia resistir a qualquer quantidade de punições, mas aquilo falava à minha consciência como uma mensagem de Deus.

Nós o amávamos ainda mais, quando víamos o quanto custava a ele nos punir; e, na verdade, ele nunca teve muito trabalho daquele tipo para com cada um dos onze – éramos governados pelo amor muito mais do que pelo medo (John G. Paton: Missionary to the New Hebrides, p.17, parágrafo adicionado).